DESENHO E ILUSTRAÇÃO


Como tudo começou...


1978 - A DESCOBERTA

A professora de Educação Artística da escola pede um desenho. Meu pai fica imóvel duas horas e faço meu primeiro retrato. No dia seguinte ao entregar recebo um zero. A professora insiste que não pode aceitar um desenho feito por outra pessoa. O meu pai vai a escola e explica que eu o desenhei. Este ano desenhei todos os "Menudos" para as fanáticas pelos meninos que faziam o maior sucesso no Brasil. Assim nasceu o vício pelo desenho, em especial pela figura humana e pelo desenho de observação.

Passei a desenhar tudo que via e a cada dia me encantava mais com esta descoberta, sim estava fascinada em poder representar o que via usando arte.

Não parei mais de desenhar.

1996 - O CARVÃO EM MINHA VIDA

Ao descobrir que estava doente e sem saber de fato o que seria, passei a desenhar como terapia e busquei o Atelier da Professora SILVIA MATOS em Campinas. Foi uma das mais gratificantes decisões, pois lá após insistir muito em que eu colocasse cores em meus desenhos ela finalmente me apresentou ao carvão o que viria a tornar-se minha técnica preferida. A considero minha mentora nas artes, pois foi quem me conduziu ao que hoje sou enquanto desenhista e ilustradora.




DESENHO DE OBSERVAÇÃO


A paixão em desenhar ao ar livre é algo que me aproxima da arte, da natureza e da minha inspiração. me sinto interagindo com aquilo que torna-se o centro de minha atenção. assim tento demonstrar respeito, admiração e reverência ao momento que eternizo e jamais será igual no segundo seguinte.


2013 - EXPOSIÇÃO "ILHA DAS COBRAS", um divisor de águas...

Durante quase quatro anos fui construindo um sonho...
Em 2013 surgiu a ideia e a concepção da Exposição ILHA DAS COBRAS que como algo pré-destinado veio à minha mente ao adentrar o deslumbrante cenário do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Ali dava início ao sonho de desenhar aquele lugar, mas nem de longe imaginava o que me reservava o destino nos anos seguintes...

Solicitei autorização e timidamente fui desenhando no meu intervalo de almoço como Assistente administrativo da Empresa Gerencial de Projetos Navais. Nos primeiros meses naquele lugar minha paixão em estar ali era tão intensa que escrevi um artigo despretenciosamente e conquistei meu primeiro prêmio. A intensidade de meus sentimentos e a inspiração que me despertava aquele lugar era sem precedentes. Antes de completar um ano lá estava eu com outro artigo premiado e desta vez falava diretamente do propósito de desenvolver aquilo que temos prazer em detrimento do quanto nos retorna em dinheiro, mas simplesmente sugerindo que o prazer em laborar nos traz mais saúde do que o apego à remuneração.

insatisfeita com a riqueza de detalhes que eu observava e não era capaz de expresar em uma hora, pois este era meu tempo de almoço, passei a desenhar nos anos seguintes nas folgas, fins de semana e feriados. Isto trouxe aos desenhos uma nova perspectiva, com mais detalhes, mais personalidade e mais intensidade, já algo que me deixava satisfeita. Nesta altura já levava em média cinco horas para executar cada desenho em média.
O carvão me desafia, pois tarda em tomar corpo, as vezes não se parece nada e ao final já representa aquilo que eu tinha intenção de mostrar ou sugerir.

De 2013 a 2017 praticamente toda curadoria fiz sozinha, apenas com uma breve parceria de poucos meses e então descobri algo muito importante, me tornava definitivamente curadora, cuidadora de minha arte e ávida por fazer isto para outros artistas que eu admirava, pois é determinante esta característica em um curador. Na retomada de todo o controle da curadoria, como havia sido nos primeiros três anos, me redescobri como artista encantada com a montagem, a organização, os convites, os contatos, enfim feliz com o prazer de construir meu sonho como eu o idealizei desde o início.

Após decidir que estaria coordenando dali em diante, não houveram contratempos mais, tudo fluia como uma intensa e afinada sinfonia. Meus parceiros eram sincronizados com minhas ideias e pareciam advinhar o que deveria ser feito, pois não somente me conheciam, mas admiravam e sentiam pulsar minha arte e nela se guiavam.

Este aprendizado, esta descoberta terminou por me presentear com a responsabilidade de cuidar e representar pessoas incríveis que acabam de colocar seus sonhos em minhas mãos e aos quais não desapontarei, pois sei qual é o maior bem de um artista e sei como cuidá-lo, afinal sou artista nata e de coração.

Arte combina com sensibilidade, lealdade, admiração e gratidão pelos nossos dons.





Maria Nascimento

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