ATIVIDADES ACADÊMICAS

QUÍMICA DE PRODUTOS NATURAIS


Após Fazer o Curso Técnico em Química na Escola Estadual Francisco Ivo Cavalcanti, ingressa na UFRN em 1986 onde se forma em Química Bacharelado. Ao longo dos anos 80 e 90 esteve desde a sua iniciação científica no Laboratório de Síntese Inorgânica do Prof Dr. Otom Anselmo de Oliveira fascinada com a criatividade científica e como desenvolver pesquisa de forma a buscar soluções para a vida em prol da sociedade. Nascia assim em sua vida a dinâmica de pesquisar, investigar, descobrir e transformar independente de qualquer vínculo ou rótulo. Um pesquisador não está, mas sim ele simplesmente é pesquisador onde quer que ele vá e faça o que se propor será para transformar vidas. 

Com a ideia de adquirir conhecimento além dos muros de sua universidade, mesmo antes de colar grau já estava de malas prontas para seu Mestrado em Recife. Cidade grande e desenvolvida e uma universidade inegavelmente respeitada pela sua estrutura e por seus pesquisadores. Lá iniciou seu Mestrado no DQF, porém não se identificou com o Departamento que mais se direcionava à Física e Inorgânica, quando em sua passagem pelo LTF (Laboratório de Tecnologia Farmacêuitica da UFPB) estudando o Controle Físico-Químico de Medicamentos, surge sua nova paixão, a Farmácia e sua forte ligação com fármacos. 

Logo estava no Departamento de Farmácia como uma aluna dedicada, onde finalmente se encontrou naquilo que gosta de fazer, química voltada para Fármacos desde o Planejamento à Sintese, em especial Química de Produtos Naturais, onde como Auxiliar de Ensino e Pesquisa aos 24 anos teve seu primeiro contato como professora de nível superior na Disciplina de Farmacognosia que viria tornar-se sua especialidade. Defende com distinção sua dissertação sob a orientação do Dr. Antonio José Alves, seu mentor nas Ciências Farmacêuticas e com quem aprendeu incríveis ensinamentos valiosos para sua vida acadêmica.

A convite do Dr. Antonio Alves trabalhou como sua Assessora no LAFEPE(Laboratório Farmacêutico de Pernambuco) até sair para seu, até então sonhado Doutorado na UNICAMP, uma das nossas maiores e mais bem conceituadas universidades e da qual agregou o maior conhecimento teórico e experimental avançado no Laboratório do Dr. Luiz Carlos Dias excepcional pesquisador. Desenvolveu nesta fase, além de destacar-se nas disciplinas com excelentes Professores, pesquisas na área de Síntese Estereosseletiva como a primeira aluna de Doutorado do Prof Luiz Carlos Dias.

Antes de concluir seu Doutorado na UNICAMP, assumiu como Profa. Substituta a disciplina de Química Inorgânica do Departamento de Química da UFS (Universidade Federal de Sergipe), onde além de Projetos como o de Capacitação Docente participou da criação do laboratório de Plantas Medicinais do Departamento de Fisiologia sob a Coordenação do Dr. Angelo Antoniolli. No mesmo ano é contratada pela UNIT (Universidade Tiradentes) para projetar o laboratório de Farmacognosia para a primeira turma de Farmacognosia da Instituição e passa a ser algum tempo depois Professora Exclusiva desta Instituição, onde orientou alunos de Iniciação científica e de Conclusão de curso. Permanece até sair do país para morar na Cidade de Los Alamos-NM em 2000.

Retorna ao Brasil em 2003 direto para à carreira acadêmica na UFSCar, onde inicia pesquisas novamente em Síntese Orgânica, reforçando sua experiência da UNICAMP e recomendada pelo orientador de Mestrado. Foi uma jornada difícil e de caminhos mirabolantes. Resultado disto foi mais uma vez retornar como Professora da UFS, desta vez no recém-criado Departamento de Farmácia e deu continuidade à sua parceria com o grupo do Prof Dr. Angelo Antoniolli. Conquistou uma parceria entre as universidades UFS e UFSCar, onde os ensaios farmacológicos e testes pré-clínicos de Produtos Naturais oriundos de seus estudos no Grupo do Dr. João Batista Fernandes, seu então orientador, pudessem produzir resultados importantes publicados ao longo dos 5 anos de pesquisa. Para isto manteve-se entre estas duas cidades alternando-se entre as atividades de Ensino na UFS e de Pesquisa do Doutorado na UFSCar. Sob muita resistência e por decisão fora do seu controle, trancou o Doutorado a poucas semanas da Defesa e após entregar o manuscrito, porém sem a defesa final, apesar de passar as qualificações pré-defesa e com alto  desempenho nas disciplinas. Como pesquisar é um estado e não uma circunstância, nunca deixou de pensar como pesquisadora e nem de atuar como uma esteja ou não dentro da academia ou de uma sala de aula.

O estudo de plantas do gênero Hyptis da Família Lameaceae que desenvolveu por alguns anos, foi suficiente para tornar seu nome conhecido entre aqueles que realmente conhecem o potencial farmacológico destas plantas. A ideia de estudar uma planta de origem do Nordeste em uma tese de Doutorado em uma Instituição do Estado de São Paulo trouxe muita resistência, contudo este diferencial mostrou-se importante para que hoje seja reconhecido o elevado potencial destas plantas produzirem novos fármacos. A união da estrutura de uma Instituição como a UFSCar no tratamento químico e a experiência da equipe da UFS nos ensaios farmacológicos demonstrou um casamento perfeito em prol da Ciência e da parceria de ideias. A contribuição que estas instituições deram é incontestável e faz jus ao que se propõe um Doutorado, pois deve trazer inovação e o título não basta se nada de novo se agrega ao desenvolvimento humano.

Os resultados que conquistei e a constante busca de conhecimento através de artigos e atualização deste conhecimento, de fato é fazer ciência.

Em 2017 esteve todo o ano no Laboratório de Química Orgânica da UERJ sob orientação do Dr. Jorge Domingues e Ayres Magalhães em suas pesquisas de Síntese de polímeros utilizando reator de microondas. Foi uma experiência incrível poder usar esta técnica, visto que nos anos que esteve na UNICAMP iniciou seu trabalho com uma orientadora em síntese e realizou por iniciativa própria testes de reações orgânicas usando aparelho de microondas doméstico para reações de síntese de uma lactona precussora de sua rota sintética. O rendimento foi consideravelmente elevado e justificou seu uso. Havia lido em uma revista de física sobre o potencial desta energia para reações orgânicas e assumiu os riscos de testar, ainda que sem nenhum apoio. No entanto hoje é conhecida técnica e foi emocionante poder ver o futuro daquilo que um dia parecia loucura ao explodir DMF no microondas e deixar o laboratório todo mau cheiroso para obter um alto rendimento.

Hoje ainda estudo sobre Plantas Medicinais e fitoterápicos, ministro Cursos de FITOTERAPIA desde 2009 e estamos com parceria para implementar o Software de minha Dissertação em Planejamento de Fármacos com uma linguagem mais atual. Enfim, a pesquisa é para sempre e dado início é radicalar...O cérebro sempre estará buscando soluções e isto é ser PESQUISADOR!

Curriculo Lattes